Livro “Prova de que o céu existe” é escrito por neurocirurgião
Eben Alexander III sempre acreditou que os relatos de pessoas que quase
morreram e “viram uma luz” ou algo parecido podiam ser explicados por
neurociência… até o dia em que passou por uma experiência similar e, mesmo com
todo o seu conhecimento, sentiu que a ciência seria incapaz de explicar o que
viu.
Em 2008, Alexander, um neurocirurgião de 54 anos, contraiu meningite
bacteriana. Quando a doença avançou, o médico entrou em coma profundo.
Durante uma semana, Alexander viveu de forma intensa dentro de sua própria mente. Ele conta que havia renascido em uma substância gelatinosa e que foi guiado por “uma linda garota com maçãs do rosto proeminentes e olhos de um azul profundo” nas asas de uma borboleta para um “imenso vazio” que era ao mesmo tempo “profundamente escuro” e “cheio de luz” vindo de uma “esfera” que seria um Deus de amor.
Mesmo sabendo que isso colocaria sua reputação em risco, Alexander decidiu contar a experiência em um livro, intitulado “Proof of Heaven” (“Prova do Céu”, sem edição em português). A obra foi lançada no final de outubro e o autor espera que os anos de experiência científicas acumulados ajudem a persuadir céticos (especialmente os da medicina) a abrir suas mentes para a existência de um mundo após a morte.
“Proof of Heaven” foi lançado no último dia 23 de outubro e entrou rapidamente para a lista de best-sellers do The New York Times. “Esse livro aborda temas que são de interesse para muita gente: consciência, quase-morte e céu”, aponta Priscilla Painton, editora executiva da Simon & Schuster, que publicou a obra.
Em entrevista recente, Alexander explicou que tinha pouco interesse em atrair leitores religiosos – o principal público consumidor de livros como esse. Ele ressalta que seu livro é diferente do “Heaven is for Real” (“O Céu é Real”, não lançado no Brasil), por exemplo, best-seller publicado em 2010 que conta a experiência de quase-morte do filho de um pregador. “É totalmente diferente”, insistiu.
Alexander deixou a Universidade de Harvard (EUA) em 2001, cansado de “política médica”. Em 2006, começou a estudar formas menos invasivas de neurocirurgia. Dois anos mais tarde, a meningite quase o matou. Depois de se recuperar, o médico pretendia relatar sua experiência em um artigo científico. Contudo, depois de consultar materiais já publicados sobre o tema e conversar com diversos colegas da área, ele concluiu que a ciência não podia explicar o que aconteceu. “Todo o meu neocórtex – a parte externa da superfície do cérebro, que nos torna humanos – estava completamente desligado, inoperante”.
Ele hesitou, e dois anos se passaram até ele começar a usar o termo “Deus” em seus relatos. Ainda assim, ele sentiu que devia publicar a experiência. Em conversas privadas, poucos colegas argumentaram contra suas ideias, mas ninguém (mesmo os que concordavam com ele) estava disposto a ser citado no livro.
Para Martin Samuels, diretor-executivo do departamento de neurologia do Brigham and Women’s Hospital, a ideia de que “não há explicação científica” para essa experiência não convence. “Não há como saber, de fato, que o neocórtex dele estava desligado. Soa científico, mas é uma interpretação feita após o fato”, explica.
“Minha própria experiência”, acrescenta Samuels, “é a de que todos nós vivemos em uma realidade virtual, e que o cérebro é nosso último intermediário. O fato de ele [Alexander] ser um neurocirurgião não é mais relevante do que se ele fosse um encanador”.
Durante uma semana, Alexander viveu de forma intensa dentro de sua própria mente. Ele conta que havia renascido em uma substância gelatinosa e que foi guiado por “uma linda garota com maçãs do rosto proeminentes e olhos de um azul profundo” nas asas de uma borboleta para um “imenso vazio” que era ao mesmo tempo “profundamente escuro” e “cheio de luz” vindo de uma “esfera” que seria um Deus de amor.
Mesmo sabendo que isso colocaria sua reputação em risco, Alexander decidiu contar a experiência em um livro, intitulado “Proof of Heaven” (“Prova do Céu”, sem edição em português). A obra foi lançada no final de outubro e o autor espera que os anos de experiência científicas acumulados ajudem a persuadir céticos (especialmente os da medicina) a abrir suas mentes para a existência de um mundo após a morte.
Um cientista no Paraíso?
O médico já havia ouvido diversos relatos de experiências de quase-morte e os considerava banais. O que tornaria o seu caso diferente (além do fato de ser mais “psicodélico” do que a maioria)? Alexander, que há décadas estuda o cérebro humano, acredita que as visões que teve estão além da ciência. “Durante o coma meu cérebro não estava funcionando de modo inapropriado”, escreve. “Ele simplesmente não estava funcionando”.“Proof of Heaven” foi lançado no último dia 23 de outubro e entrou rapidamente para a lista de best-sellers do The New York Times. “Esse livro aborda temas que são de interesse para muita gente: consciência, quase-morte e céu”, aponta Priscilla Painton, editora executiva da Simon & Schuster, que publicou a obra.
Em entrevista recente, Alexander explicou que tinha pouco interesse em atrair leitores religiosos – o principal público consumidor de livros como esse. Ele ressalta que seu livro é diferente do “Heaven is for Real” (“O Céu é Real”, não lançado no Brasil), por exemplo, best-seller publicado em 2010 que conta a experiência de quase-morte do filho de um pregador. “É totalmente diferente”, insistiu.
Alexander deixou a Universidade de Harvard (EUA) em 2001, cansado de “política médica”. Em 2006, começou a estudar formas menos invasivas de neurocirurgia. Dois anos mais tarde, a meningite quase o matou. Depois de se recuperar, o médico pretendia relatar sua experiência em um artigo científico. Contudo, depois de consultar materiais já publicados sobre o tema e conversar com diversos colegas da área, ele concluiu que a ciência não podia explicar o que aconteceu. “Todo o meu neocórtex – a parte externa da superfície do cérebro, que nos torna humanos – estava completamente desligado, inoperante”.
Ele hesitou, e dois anos se passaram até ele começar a usar o termo “Deus” em seus relatos. Ainda assim, ele sentiu que devia publicar a experiência. Em conversas privadas, poucos colegas argumentaram contra suas ideias, mas ninguém (mesmo os que concordavam com ele) estava disposto a ser citado no livro.
Para Martin Samuels, diretor-executivo do departamento de neurologia do Brigham and Women’s Hospital, a ideia de que “não há explicação científica” para essa experiência não convence. “Não há como saber, de fato, que o neocórtex dele estava desligado. Soa científico, mas é uma interpretação feita após o fato”, explica.
“Minha própria experiência”, acrescenta Samuels, “é a de que todos nós vivemos em uma realidade virtual, e que o cérebro é nosso último intermediário. O fato de ele [Alexander] ser um neurocirurgião não é mais relevante do que se ele fosse um encanador”.
Sem se intimidar com as críticas,
Alexander pretende contar sua experiência em diversos ambientes médicos (como
asilos e hospitais). Para aqueles que lidam com a morte, ele passa uma mensagem
consoladora: “Nosso espírito não é dependente do cérebro ou do corpo. É eterno,
e ninguém tem evidências concretas de que não é”.[The New York Times]
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